domingo, 26 de fevereiro de 2012

Resenha #1

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SOCIEDADE SECRETA
AUTOR: Tom Dolby
EDITORA: Editora ID
PÁGINAS: 376
ANO: 2010 
☆☆☆☆
 Sabe quando você está numa Livraria, na seção de YA (sigla para Young Adults Literature, literatura para jovens adultos, em português) e está cansado de ver Meg Cabot reinando com seus livros nas prateleiras e procura por algo diferente?
Em particular, o Tio Dastrin aqui aprecia uma boa leitura sobrenatural (só para que conste, eu tenho o costume de ler alguns textos, na verdade rascunhos, de blogs estrangeiros, bem como de sites de venda, apenas para ver o que estou perdendo [uma vez que o Brasil tem o péssimo costume de só achar válido publicar bestsellers, em sua grande maioria, salvo algumas editoras que abrem exceções para novos autores] para que eu possa ter a chance de me aventurar em estórias que me elevam para outra adrenalina).
Escrever “Sociedade Secreta”, para Tom Dolby deve ter sido uma adrenalina das boas. Para começar, foi o primeiro YA escrito pelo autor que teve um staff gigantesco em volta de sua produção (vide a extensa lista no fim do livro de agradecimento a 2872836232 pessoas). De qualquer forma, não foi muito bem produzido (mesmo com esse grande staff).
Vou postar a sinopse.
Um grupo obscuro que reúne os mais ricos e influentes de Nova York e recruta novos membros nos prestigiados colégios particulares de Manhattan, garantindo aos iniciados fama e sucesso e, mais tarde, lhes cobrando favores em troca. Mas quando o corpo de um jovem é encontrado no Central Park, com uma tatuagem que o liga à Sociedade, as coisas começam a fugir do controle e ganham outras proporções. Primeiro volume da série. 
A estória é em 3ª pessoa e narra a vida de quatro personagens principais, Phoebe (uma garota de 16 anos que sonha em ser artista e recém-chegada de Los Angeles), Nick (um filhinho-de-papai que trabalha como promoter e é o melhor amigo de Patch), Lauren (uma espécia de patricinha (status que deu a perceber que era o foco da personagem, no entanto o autor não a descreve como patricinha) que é apenas uma garota influente, design de jóias e que quer estudar Moda) e Patch, o melhor amigo de Nick que com o passar da estória se torna o pivô de diversos acontecimentos. 
“Um grupo que reúne os mais ricos e influentes de Nova York” até aqui eu achei MUITO Gossip Girl (o que se comprovou durante a leitura com a menção de grifes para quase todos acessórios e roupas que se falava, bem como o gosto peculiar de Lauren). O autor demonstrou interesse IMENSO em querer renovar a cada capítulo, quase sempre encerrando com uma “bomba” (o que, no meu senso crítico, foi muito mal-feito uma vez que não deu aquela ideia “Uau! Que livro ótimo! E agora? O que vai acontecer? SOS preciso ir pra próxima página!!!”. Não. Ao finalizar um capítulo, eu mesmo dizia: “Hmmm, um pouco previsível, não?”.
E é verdade.
Alguns acontecimentos são EXTREMAMENTE previsíveis, bem como, também, a própria estória foi forçada e sem originalidade alguma, a começar que
a) a estória se passa em Manhattan (como a maioria das YAs de hoje em dia);
b) a faixa etária dos personagens é de 15-17 anos e (sempre!) ricos, fabulosos, glamurosos do “Upper East Side” (região nobre da cidade de Manhattan) que têm acesso ilimitado a festas, dinheiro e balazZzZzz;
c) boarding schools (internatos)? NOOOOOOOOOOO! STOP USING THIS! (Tudo bem que o colégio deles não é um internato, mas é mencionado o fato da irmã de Lauren estudar em um. E, chega. Já deu. Esse item já é clichê desde 2007). 
A narrativa do autor DE LONGE é das melhores. Ele alterna MUITO entre os personagens e, muitas vezes, não é utilizado nem mesmo espaçamento de parágrafos que indicam isto, o que acarreta o leitor que está acompanhando Lauren levar um balde de água fria falando que Patch tinha deitado na cama. É muito desagradável e quebra a leitura.
De qualquer forma, o livro teve seus pontos positivos e negativos.
☝ Positivosa trama em si.
Eu achei fantástica a ideia: “adolescentes aleatórios que recebem mensagens secretas de Iniciação numa Sociedade Secreta que tem todo um histórico de porquê eles foram convocados (e suas consequências). Entretanto, não foi uma trama bem-trabalhada.
☟ Negativos: a fome de ser “original” e causar “uau! eu preciso continuar a ler” foi completamente contrária devido, exatamente, a fome extrema de querer impressionar, tornando a narrativa forçada; a falta de detalhes do ambiente em que os personagens se encontravam e o aprofundamento nos assuntos abordados (se tornando muito superficial); o clichê de alguns YAs atuais: NY, Manhattan, vida glamurosa dos adolescentes dentre outrozZzZzZ.
Conclusão: “Sociedade Secreta” foi o primeiro YA do autor Tom Dolby (informação que consta na orelha do próprio livro e que eu já mencionei no início da resenha) e, na minha opinião, o Sr. Dolby deve voltar a escrever romances para o público adulto e não voltar a escrever YAs never more.
Simplesmente, não rolou.
Não recomendo a leitura. 
                                                            

Um comentário:

  1. Esse livro está na minha lista de desejados, mas desde que li a sinopse pela primeira vez pensei: Nuss, isso é tão Gossip Girl. Desde então meio que desanimei, mas pretendo lê-lo um dia ainda, só por nunca ter lido nada sobre sociedades secretas e afins.

    Adorei a sua resenha, é difícil encontrar alguém hoje em dia que expresse explicitamente o que não gostou em um livro.

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