segunda-feira, 5 de março de 2012

Resenha #2


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Um Bestseller pra Chamar de Meu
AUTORA: Marian Keyes
EDITORA: Bertrand Brasil
PÁGINAS: 741
ANO: 2008 
 Este foi um livro que levou um tempo vergonhosamente grande para ser lido (6 dias!). Não, não é devido as 741 (!) páginas, mas sim porque eu fiquei completamente sem tempo livre durante a semana. No sábado e domingo consegui devorar 579 páginas, mas, durante a semana, ficou quase impossível terminar a sobremesa e fiquei lendo de picadinho em picadinho. Mas hoje, cá estou com a triste (e feliz!) resenha de Um Bestseller pra Chamar de Meu.


Sinopse
Focada e batalhadora, a agente literária Jojo Harvey combina um belo corpo com uma invejável capacidade de raciocínio. Subindo com desenvoltura os degraus do sucesso na escada da fama corporativa, ela está sempre com a retaguarda protegida e os olhos bem atentos às nuvens para não errar o plano de voo, mas acaba se apaixonando por um dos seus chefes. Justamente o casado. Lily Wright, uma das clientes de Jojo, está no sétimo céu graças ao sucesso instantâneo de seu romance de estreia. Só que seu segundo romance parece que se nega a sair de sua cabeça. Além disso, já gastou todo o adiantamento que recebeu, pois Anton convenceu a pobrezinha a comprar a casa de seus sonhos. E, ainda por cima, ela ainda tem de lidar com a culpa pelo que aconteceu com Gemma. A fabulosa organizadora de eventos Gemma Hogan era a melhor amiga de Lily, até que a melhor amiga lhe roubou Anton. Cuidando da mãe recém-abandonada pelo marido, a vida social de Gemma é uma linha bem horizontal, sem altos nem baixos. Com histórias como as que ela conta em seus textos, a atenção da agente literária Jojo Harvey acaba sendo atraída, e ela aceita Gemma como cliente. Todas elas vão aprender que a natureza do verdadeiro amor pode surgir de muitas e variadas formas.

 Este foi o meu primeiro livro da Marian Keyes e, o que dizer dela? Simplesmente: magnífica. Marian tem um estilo próprio de escrita muito divertido. Em diversas partes da leitura me senti como se estivesse conversando com ela ou que ela estava me narrando a estória numa poltrona acompanhados de chocolate quente. Simplesmente mágico.
A estória em si é muito interessante. Ao meu ponto de vista, saber o que acontece nos bastidores literários e a guerra para se ter um bestseller no currículo é acirradíssima e Jojo Harvey deixa isso explícito.
Marian é o tipo de autora que você não se cansa com a narrativa (diferente da "Saga Crepúsculo", em que EU, Brunno Dastrin, me senti cansado). Embora sejam 741 páginas (!!!) você lê rápido. É dinâmico, tranquilo e engraçado. Você passa a fazer parte da vida de Gemma, de Jojo e de Lily.



SPOILERS

Alguns pontos do livro são interessantes, uma vez que todos imaginam o tema "Caso do chefe com a "secretária"" um dos maiores clichês, mas Marian o transforma em piada, uma vez que é Jojo quem enrola o chefe, Mark. Ele é quem come na mão dela de forma literal. Eu me apaixonei pelos dois e, sem dúvida alguma, foi o casal por qual eu mais torci durante a leitura (como também para Gemma & Johnny) e fiquei realmente muito chateado quando Jojo não ficou com Mark (mesmo ele renunciando a tudo: esposa, filhos, estabilidade familiar, enfim, de tudo importante, ela não quis ficar com ele, simplesmente dizendo: "Eu sou fabulosa, bem-sucedida e posso ter o homem que eu quiser a hora que eu quiser.". Por isso (dentre outros motivos, como por exemplo a troca súbita de personalidade de Jojo, de alguém completamente apaixonada e determinada a fazer de tudo por Mark, para uma mulher independente (tudo bem que ela sempre fora, financeiramente falando) que se dizia não precisa de nada nem de ninguém porque ela é fabulosa. Achei que nisso Marian deixou a desejar no que diz respeito ao fechamento da personagem. Ela poderia ter explorado perfeitamente um relacionamento com Mark, até porque, coitado!, só quem leu sabe o quanto ele se doou pra ela e definitivamente não foi recíproco.
Quanto à Lily... Deus, eu detesto a Lily!... Desde a primeira vez que li um parágrafo narrado por Lily Wright eu disse: "Puts, eu não vou gostar dela". E dito e feito. Não gostava das narrativas de Lily por simplesmente não achar que ela se encaixava no contexto. Jojo: uma agente literária independente, jovem e cheia de vida; Gemma: uma mulher completamente irônica, rancorosa, sarcástica e engraçada com suas raivas e vinganças eram engraçadíssimas; já Lily: uma ladra de namorados e que tem o cú na mão (perdoe-me o palavriado) de perder o marido do mesmo jeito que roubou da amiga. Sua narrativa é chata e velha, ela não tem carisma nem juvenilidade. Chatíssima.
Mas, já Gemma... Meu Deus!... Eu simplesmente amei a Gemma. Ela e Owen formava o casal mais fofo do mundo e eu torci para que ela ficasse com ele em vez de ficar com Johnny, mas tudo bem, o Johnny também era legal (embora Owen fosse infinitamente mais legal!).
Sem contar Manoj que me fez rir demais nas narrativas de Jojo e suas transas com Mark super engraçadas; como, também, quando Gemma acorda com Owen jogado no chão sem saber exatamente NADA do que tinha acontecido na noite anterior... Tudo muito bom, muito demais!

                                     ☝SPOILERS

Num todo, o livro foi delicioso. Foi uma leitura muito gostosa e que eu pretendo repetir num futuro não muito distante e rever minhas Jojo e Gemma num outro momento da minha vida.
As personagens deixaram suas teorias (e insanidades) cravadas em mim e eu amei passar essa semana com elas, sabendo mais de seus anseios e relacionamentos enquanto me proporcionavam risadas e momentos de tensão.


Pontos Positivos: Leitura extremamente dinâmica e muitos pontos de comédia interligados com o desenvolvimento da estória sem aquele aspecto artificial; personagens cativantes e com personalidade muito forte tendo, por vezes, discutido mentalmente com algumas personagens cabeça-duras.  


Pontos Negativos: Tudo bem, é Marian Keyes, mas encontrei alguns pontos negativos que eu preciso compartilhar, mesmo me odiando por isso. 1) A partir de pouco mais da metade do livro a leitura se mostra massante e com pouco desenvolvimento, dando a impressão de ler a mesma página em 10, 15 páginas; 2) Mudança abrupta de personalidade: uma das personagens (descrita no campo spoiler ali em cima) muda constantemente de personalidade e isso irrita um pouco; 3) Encontrei alguns errinhos de escrita que obviamente passaram despercebidos pela editora e, é claro que não é nada que impeça o entendimento perfeito da sentença e nem algo que comprometa o cancelamento da tiragem, mas são errinhos tão bobos que incomodam, por vezes.


Conclusão: E é isso. Avaliei com 4 estrelas porque a metade do livro foi bem massante se tornando bem chatinho de se prosseguir (até porque o começo foi tão legal, tão: "Caramba, acho que estou dentro do livro!" que você se chateia quando se encontra num momento chato) e, também, por ter encontrado aqueles errinhos bobos e por não achar digno uma personagem à altura de (não selecione o nome se não quer spoiler >>>) Jojo Harvey ser tão limitada no que se diz respeito à personalidade.


Leitura OBRIGATÓRIA para qualquer pessoa.

2 comentários:

  1. Adorei a resenha. O livro me pareceu ser muito interessante.
    Amei o blog e já estou seguindo.
    Segue o meu? http://sobrelivrosemaisumpouco.blogspot.com/

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  2. Eu também nunca li nadinha da Marian, mas tenho todos como desejados, as vezes os clichês tornam-se interessantes, o que parece ser o caso dos livros da Marian. Eles parecem ser extremamente básicos, mas com muita peculiaridade. É certeza que compre todos ainda esse ano, mas como ando cheio de coisas pra ler, provavelmente só vou lê-los no ano que vem. :'(
    Ah, não gostei do lance da Jojo mudar a personalidade, acho muito chato quando coisas desse tipo acontecem. O personagem nos cativa por ser de uma forma, ai chega no final o autor muda a personalidade. Isso é de matar.

    Enfim, parabéns pela resenha está incrivelmente ótima. Até a parte do spoiler, que eu não leria nunca na minha vida, eu gostei de ler.

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